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Aqui você encontra links para trabalhos dos integrantes do Coletivo ASA disponíveis on-line.

Carvalho, Dalila Vasconcellos de. “Du salon à la scène : l’ascension des femmes et du piano au Brésil du vingtième siecle”. Artelogie, Recherches sur les arts, le patrimoine et la littérature de l’Amérique Latine, número 5, Outubro de 2013.

Di Giovanni, Julia Ruiz. “A estratégia e seus outros: notas sobre o Fórum Social Mundial”. Periféria – Revista d’Investigació i Formació en Antropologia de la Universitat Autònoma de Barcelona, v. 15, p. 1-25, 2011.

__________________. “Cadernos do Outro Mundo: o Fórum Social Mundial em Porto Alegre”, 2013. Tese de Doutorado – Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas São Paulo.

Goyatá, Júlia Vilaça. “Escrita de si, escrita do mundo: Michel Leiris e a experiência sagrada”. Trabalho Completo apresentado na 28ª Reunião Brasileira de Antropologia: Desafios antropológicos contemporâneos. São Paulo: ABA, Brasil, 2012. O trabalho proposto pretende investigar de que maneira se dá o imbricamento entre biografia e teoria social no trabalho do antropólogo e escritor francês Michel Leiris (1901- 1990), tendo em vista dois de seus trabalhos redigidos no fim da década de trinta do século passado: são eles o ensaio Le sacré dans la vie quotidienne (1938) e a autobiografia L’âge d ́homme (1939). Estes se tornam textos emblemáticos na medida em que Leiris ensaia tanto a escrita autobiográfica quanto a teoria social em seu tecido, uma atuando como reflexo da outra, vistas como atividades simultâneas. Além disso, destaca-se que é sob a égide do conceito de sagrado – idéia central do Collège de Sociologie (1937-1939), associação por ele fundada junto aos colegas Georges Bataille (1987-1962) e Roger Caillois (1913-1978) – que Leiris produz estes trabalhos. As alegorias pessoais que constrói teriam por intenção, assim, não apenas a construção de uma história de si, mas também a investigação deste conceito, visto como idéia chave naquele contexto. As memórias do autor, principalmente as de infância, seriam capazes de ilustrar e em última medida tornar potente esta idéia, já que para ele o sagrado tinha uma dimensão psicológica, para além de sua face social. O sagrado é aqui pensado como conceito, mas também como experiência vivida. Nos termos do Collège, experiência a ser retomada. Portanto, é esta vida, a própria, que Leiris coloca à mostra para dela fazer emergir o sagrado.

______________. Georges Bataille, Michel Leiris e a experiência do sagrado no entreguerras”. Relig. soc.,  Rio de Janeiro ,  v. 34, n. 2, p. 65-85, Dec.  2014 .

Muniagurria, Lorena Avellar. “Redefinições da noção de ‘cultura’ e o surgimento de novos sujeitos na política brasileira”. Trabalho Completo apresentado na 28ª Reunião Brasileira de Antropologia: Desafios antropológicos contemporâneos. São Paulo: ABA, Brasil, 2012. Durante os governos Lula (2003-2010), o Ministério da Cultura brasileiro passou por uma profunda reestruturação que, nos discursos oficiais, é associada a uma redefinição da noção de cultura: ela teria passado a ser associada a termos como diversidade, cidadania, democracia e direito, e não apenas a belas artes, elite ou saberes universais. Com isso, abriu-se espaço para novos sujeitos políticos na cultura – um dos casos de maior destaque é o das chamadas culturas populares, que passaram a ter mais visibilidade e a serem objeto de ações específicas do Ministério. Este artigo discute alguns usos, reelaborações e disputas em torno das noções de “cultura” e “política” presentes nesse contexto a partir de uma análise da III Conferência Municipal de Cultura de Curitiba/PR, realizada em 2011.

Pedrosian, Eduardo Álvarez. “El antes y el después de la ciudad neoliberal. La problematización de las políticas sociales y la reconfiguración de la periferia montevideana desde la experiencia de sus habitantes”. In: Ponto Urbe, v. 8, 2011.

____________________. Blanco Latierro, M. V. “Componer, habitar, subjetivar. Aportes para la etnografía del habitar”, en Bifurcaciones Revista de Estudios Culturales Urbanos, N° 15. Bifurcaciones Ltd. y Escuela de Sociología de la Universidad Católica del Maule, Talca (Chile).

Peixoto, Fernanda Arêas. “O olho do etnógrafo”. In: Sociologia & Antropologia, ano 1, v. 2., 2011. Este artigo propõe uma leitura do texto do escritor e antro- pólogo Michel Leiris (1901-1990), “L’œil de l’ethnographe (à propos de la Mission Ethnographique Dakar-Djibouti)”, publicado na revista Documents (1930, 7), e escrito pouco antes de sua primeira viagem de campo à África, quando ele integra a Missão Etnográfica e Linguística Dacar-Djibouti (1931-1933). Trata-se de exercitar um olhar aproximado sobre esse relato de viagem (ou sobre a viagem) antes de sua realização, pensando os seus rendimentos para uma reflexão sobre a viagem etnográfica, sobre o papel de Leiris na redação de Documents, na Paris do entre-guerras e sobre sua obra.

_________________. “O nativo e o narrativo: o trópicos de Lévi-Strauss e a África de Michel Leiris”, Novos Estudos, n. 33, Cebrap, 1992. O artigo propõe reflexão sobre as relações entre viagem etnográfica e narrativa a partir de uma análise comparativa entre Tristes trópicos (1955), de Lévi-Strauss e L’Afrique Fântome, de Michel Leiris (1934).

_________________. “Lévi-Strauss no Brasil: a formação do etnólogo”, MANA 4 (1), 1998. O artigo propõe uma análise dos anos brasileiros de Lévi-Strauss (1935-1938), a partir do exame dos cursos por ele oferecidos na USP e dos textos que escreveu no período, defendendo a importância dessa experiência na formação do etnólogo e americanista.

_________________. “El diálogo como forma: antropología e historia intellectual”, Prismas, 12 (1), 2008. El propósito de este ensayo es tentar una reflexión sobre los rendimientos y los límites del enfoque antropológico para la historia intelectual. Se inspira en los artículos reunidos en la “Encuesta sobre historia intelectual” (Prismas 11, 2007) y toma como punto de apoyo para el análisis el estudio que la autora realizó sobre la obra brasileña de Roger Bastide (1898-1974). A pesar de su partido claramente autoreflexivo, el artículo pretende esbozar indagaciones de carácter más general sobre el campo de la historia intelectual, pensado como un universo poroso y abierto a las contribuciones de áreas de conocimiento diversas. Asimismo, se pregunta sobre las posibilidades de ampliación de la perspectiva etnográfica y, por lo tanto, sobre la ampliación del foco temático y problemático de la antropología como disciplina.

Sobral, Luís Felipe. “O beijo de Spade: gênero, narrativa, cognição”. In: Mana, v. 17, nº 3, 2011. Este artigo descreve a primeira elaboração da persona cinematográfica do ator norte-americano Humphrey Bogart, em O falcão maltês, de 1941. Argumento que tal noção de pessoa hollywoodiana produz a mediação entre a imagem do artista e sua trajetória social: ela é uma espécie de poder simbólico capaz de estabelecer o artista na estrutura de produção cinematográfica. Assim, a partir de uma cena de O falcão maltês, relaciono os dois eixos analíticos deste argumento: de um lado, a marca de gênero que caracteriza a persona de Bogart entre a indiferença aparente e a vulnerabilidade súbita; de outro, a cultura visual – impensável apartada de uma experiência social localizada – dimensão simbólica que condiciona a geometria de olhares (público, câmera, elenco). Minha narrativa percorre uma série de pistas oriundas de fontes diversas (filmes, literatura, biografias, historiografia) e compartilha com o cinema clássico hollywoodiano seu traço mais característico: a forma de conhecimento detetivesca.

_____. “Duas leituras de Malinowski”. In: Revista de Antropologia, v. 57, nº 1, 2014. Neste ensaio, examino o artigo no qual James Clifford explorou a célebre declaração de Malinowski (“serei o Conrad da antropologia!”). Em seguida, critico o formalismo do autor: a forma do texto é que lhe interessa, não seu conteúdo nem a relação entre a fonte e o mundo social que a produziu. Defendo, contudo, a eficácia da forma como instrumento analítico capaz de identificar fissuras nas fontes históricas, permitindo um conhecimento mais apurado do mundo social – desde que o indício morfológico seja relacionado à história. Como expoente desse procedimento, aponto o ensaio onde Carlo Ginzburg investiga a afinidade formal entre o circuito percorrido por um objeto mágico em um conto do escritor escocês Robert Louis Stevenson e o circuito do kula descrito na etnografia trobriandesa.

_____. “Bogart em Casablanca: as formas religiosas da vida política”. In: Sociologia & Antropologia, v. 5, nº 1, 2015. A partir de uma cena de Casablanca (1942), este artigo apresenta uma análise da transformação sofrida pela persona cinematográfica de Humphrey Bogart durante a Segunda Guerra Mundial. Sem abrir mão da mediação dramática entre indiferença e vulnerabilidade que a caracteriza, a persona de Bogart abandona a posição individualista orientada por um rígido código moral e se torna um herói disposto a realizar sacrifícios pessoais em nome de uma causa justificada. Esse percurso analítico é empreendido através de um duplo ponto de vista: por um lado, descreve-se como Hollywood modificou seu paradigma narrativo para se adequar às demandas governamentais para o esforço de guerra; por outro, explica-se como o sentido político do filme se vale da apropriação de uma forma religiosa.

_____. “Fronteiras da Europa. A corrida de touros vista da Paris literária entre-guerras”. Tese de doutorado em Antropologia Social. Campinas: Unicamp, 2015. Na Paris entre-guerras, encontra-se um repertório literário dedicado à tourada que reúne escritores (Ernest Hemingway, Henry de Montherlant, Georges Bataille, Michel Leiris, Joseph Peyré) e gêneros (esquete, conto, artigo jornalístico, romance, guia, poesia, ensaio) muito distintos. Tal repertório não apenas representa o auge do interesse pelo tema fora da Espanha desde o romantismo como assinala o esforço de enquadrar seriamente uma atividade cultural vista até então como horrenda ou, na melhor das hipóteses, exótica. O que provocou o interesse literário sério pela corrida de touros e por que ele se concentrou nesse período e em Paris? Esta tese examina tal questão para apreender, no próprio escoamento do tempo, a transformação dos olhares literários projetados da Paris entre-guerras sobre a corrida. Para tanto, emprega-se um procedimento indiciário, valorizando detalhes à primeira vista insignificantes, capazes contudo de conduzir a interpretação à uma escala histórica ampliada, e adota-se a forma ensaística, adequada ao percurso sinuoso imposto pela diversidade de fontes e à uma abordagem interdisciplinar.

Spira, Vinícius. “Desafios do acolhimento e práticas espaciais: cotidiano da implementação de uma política pública nas bibliotecas dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) de São Paulo.” In: Periferia (Bellaterra), v. 19, p. 1, 2014. Os Centros Educacionais Unificados (CEUs), construídos a partir de 2003 em 45 pontos dos distritos mais pobres e desfavorecidos do município de São Paulo, oferecem uma combinação de equipamentos educacionais, culturais e esportivos. Este artigo apresenta resultados parciais de minha pesquisa de mestrado e reflete sobre a relação entre espaço e política, indo além da associação consagrada entre abertura espacial e democracia. O artigo propõe, também, pensar em termos de combinações de contextos extensivos, intensivos e separadores. Para isso, realizo uma análise comparada do cotidiano das bibliotecas de dois CEUs, utilizando etnografia e modelos virtuais.

___________. “Viradas Culturais nas periferias de São Paulo”. in: Ponto Urbe, v. 10, 2012. Este artigo relata uma visita de campo à Virada Cultural de 2012, evento que anualmente reúne uma diversidade de públicos e atividades culturais em São Paulo. O artigo faz parte de um conjunto de outros relatos publicados na mesma revista, configurando uma etngorafia coletiva  o evento.

___________. “Uma Etnografia na Cidade Alargada – hindus da Quinta da Vitória em processo de realojamento”. In: Ponto Urbe, v. 10, 2012. Resenha do livro homônimo, de autoria de Rita D’ávila Cachado.

Waldman, Thaís. “À ‘frente’ da Semana de Arte Moderna: a presença de Graça Aranha e Paulo Prado”. Estudos Históricos, v. 23, n. 45. Rio de Janeiro, Junho 2010. Reconhecidos como personagens centrais pelo grupo de intelectuais e artistas ligados à Semana de Arte Moderna de 1922, Graça Aranha e Paulo Prado são muitas vezes deixados de lado pelos estudiosos e, em geral, se fazem presentes nas análises de bastidores e/ou em referências de terceiros. Este artigo pretende observar mais atentamente suas redes de sociabilidade e inserção, o que revela, entre outras coisas, as ambivalências do engate de ambos os autores em um projeto “moderno”, assim como certas ambivalências presentes no interior do próprio movimento modernista.

____________. “Espaços de Paulo Prado: tradição e modernismo. In. Dossier Thématique: Brésil, questions sur le modernisme. Artelogie, n.1. Paris, setembro 2011. Além de ser um dos maiores exportadores e produtores de café da época, Paulo Prado é autor de dois livros sobre a história de São Paulo e a formação do povo brasileiro. Publicou textos em importantes periódicos, (re)editou documentos inéditos sobre o período colonial, participou da fundação e do controle de revistas modernistas, e se fez presente como um dos principais organizadores e financiadores da Semana de 1922. Foi também um elo fundamental entre os modernistas e um grupo de intelectuais que compõem uma geração anterior a sua, que ele conhece na Europa, por intermédio de seu tio, Eduardo Prado. Possui ainda um forte vínculo com Capistrano de Abreu, um marco da moderna historiografia brasileira. Paulo Prado mostra-se assim um importante mediador entre diferentes universos, sendo este o foco do presente artigo.

____________.  “A São Paulo dos Prados”. In. Ponto Urbe, n.13, 2013. Nomeado primeiro prefeito da cidade de São Paulo, Antônio Prado (1840-1929), durante seus quatro mandatos consecutivos, destaca-se como uma espécie de “herói civilizador” do processo de modernização econômica, política e social experimentado pela capital paulista no início do século XX. Ao lado de seu filho, Paulo Prado (1869-1943), e de outros membros da sua tradicional família paulista ligada à produção do café, procura construir um presente e um futuro para São Paulo e para o Brasil, a partir de uma articulação entre uma ideia de “modernização” e “progresso” -que encontra seus primeiros impulsos na atividade cafeeira-, e um elogio da “tradição bandeirante” -já presente, por exemplo, na criação do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (1894). Este artigo pretende discutir o papel dos Prados na criação de um imaginário que ressalta a centralidade de São Paulo na nação e que permanecerá presente, anos depois, na memória dos chamados “modernistas” de 1922.

____________. “A selva escura da história do Brasil” e o seu “torrão paulista”: Paulo Prado através da lupa de Capistrano de Abreu. In. Revista do Instituto de Estudos Históricos, IEB/USP, n.61, 2015.  Ao estrear como escritor, Paulo Prado (1869-1943) afirma claramente sua filiação ao grande historiador Capistrano de Abreu (1853-1927), um marco da moderna historiografia brasileira. É justamente pela “mão segura e amiga” de Capistrano que Prado declara ter “penetr[ado] a selva escura da história do Brasil, de que é parte tão importante a história do nosso torrão paulista”. Prado descreve-o como o grande responsável pelo seu interesse pelas coisas brasileiras na diversidade de suas expressões. Mas a despeito dessa forte interlocução entre os dois, cabe indagar: é possível enxergar em Prado um historiador à la Capistrano? No presente artigo, procuro responder a essa questão por meio de uma breve análise das proximidades e distâncias da produção de Prado em relação à obra de Capistrano.

Zuker, Fábio. “Pensando imagens com Proust”. Esse pequeno texto de 2013 procura elaborar algumas reflexões sobre a imagem, através de passagens extraídas de Em busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust. Ao invés de valer-se de comentários e teorias alheias ao livro para analisá-lo, a proposta é pensar a partir dele contribuições ao que se pode chamar de teoria das imagens, remontando-o com outras referências pertinentes para pensá-lo e para pensar imagens.

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