Cidades sul-americanas como arenas culturais

Acaba de ser lançada a edição brasileira do livro Cidades sul-americanas como arenas culturais (edições do SESC, 2019), organizado por Fernanda Arêas Peixoto e Adrián Gorelik. Fruto de um projeto coletivo e interdisciplinar e publicado originalmente em espanhol (Siglo XXI, 2016), o livro reúne 25 ensaios que tomam como ferramenta analítica a noção de “arenas culturais” de Richard Morse para aferir as relações, íntimas e inextricáveis  entre cidade e cultura em diversas urbes latino-americanas. Embora organizado em função de marcos temporais (a passagem do século XIX ao XX; os anos 1910-1930; os anos 1940-1970; e os 1990-2010), o volume não pretende projetar a história das cidades sul-americanas, mas visa antes pensar as diversas formas de expressão da cultura em estreita consonância com os ritmos e texturas urbanas de cada época. Trata-se assim de um livro experimental no sentido forte do termo: cada um dos ensaios testa a ideia de “arena” em função de recortes muito variados: um marco temporal (o  ano de 1918, em Córdoba ou o 48 bogotano); um bairro (Copacabana, o Bexiga, o Abasto); uma rua (a avenida Paulista, a rua d’Ouvidor); um edifício (o Martinelli), instituições (o Oficina, o Bafici); a produção literária (em Montevidéu, em São Paulo), os circuitos boêmios, o comércio de rua, a mídia…Do ASA, estão presentes no volume Fernanda Arêas Peixoto e Alexandre Araújo Bispo, que assinam juntos “O edifício Martinelli e a euforia vertical”. 

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