“Fazendo a ‘cultura popular brasileira’: experiências em conversação” – ICTM Dialogues

A gravação do painel “Fazendo a ‘cultura popular brasileira’: experiências em conversação”, realizado em 28 de agosto de 2021, já está disponível no site oficial do ICTM. Organizado por Lorena Avellar de Muniagurria (UNICAMP/Campinas, SP, Brasil), integrante do ASA, ele fez parte do evento ICTM Dialogues 2021 e contou com a participação de Priscilla Duque (grupo Carimbó Cobra Venenosa/Belém, Pará, Brasil), Michael Silvers (UIUC/Champaign/US) e Mestre Francisco DiFreitas (Apae Juazeiro, Ceará/Brasil).
Com base em experiências de pesquisa colaborativa, o painel explorou os emaranhados de múltiplos atores envolvidos na formação da cultura popular brasileira, como artistas e profissionais, intelectuais, administradores públicos e representantes oficiais, instituições estatais e sem fins lucrativos, turismo, indústrias culturais e da música, etc. O painel justapõe universos, histórias e experiências do forró e do carimbó – dois casos significativos de tradições musicais regionais que se tornaram conhecidos em todo o país. Também reúne artistas e pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos com diferentes perspectivas em relação a pertencimentos, raças, classes, gêneros e status profissionais nacionais e regionais. Lorena Muniagurria (BR, São Paulo), antropóloga que investiga o ativismo cultural e as políticas públicas, dscutiu o papel central que fazedores de cultura tiveram na formulação e implementação da política cultural brasileira. Focalizando o caso do carimbó, seu trabalho questiona as noções de “Estado” e de “políticas estaduais”, borrando as fronteiras e revelando os múltiplos atores, práticas e saberes envolvidos no fazer da cultura popular brasileira. Priscilla Duque (BR, Pará), artista, intérprete e líder de banda do grupo Carimbó Cobra Venenosa, tratou da performance subversiva e feminista do Cobra Venenosa, que denuncia o profundo colonialismo interno das elites brasileiras. Ao investir em uma estética contemporânea amazônica, negra, indígena e periférica, sua apresentação desenvolve noções de enraizamento e ancestralidade que englobam transformações. Michael Silvers (EUA, Illinois), etnomusicólogo que trabalha com som e materialidade, examinou os desafios políticos e materiais da nomeação de práticas culturais por meio do exemplo da palavra “forró”. Francisco DiFreitas (BR, Ceará), músico/rabequeiro, construtor de instrumentos e educador, discutiu os desafios de se fazer cultura no Cariri, lar de muitas raízes do forró. Ele avalia as demandas atuais da defesa das artes em seu trabalho com outros mestres locais e na educação artística com comunidades vulneráveis.

Share Button